A XXII Copa Brasil Máster de Natação realizada na Vila Olímpica Parahyba, João Pessoa/PB, durante os dias 06 e 07 de junho, integrante da 2ª etapa do Circuito Brasileiro de Natação Máster promovido pela ABMN com aval da CBDA, foi um evento que além dos resultados inéditos para o RN imprimiu novos ânimos e com certeza, injetou certa dose de instigação e motivação aos másteres potiguares. Tanto os que participaram quanto os que acompanharam a equipe RN Máster puderam constatar que a cada novo desafio, os potiguares mostraram ao Brasil que “um filho teu não foge à luta” (Hino Nacional). E além de toda e qualquer premiação conquistada, um dos maiores prêmios foi aquele sorriso de satisfação por fazer parte de uma equipe que ama o esporte chamado natação.
Não obstante à opinião pública, percebemos que praticamente 99% da programação esportiva nas principais mídias está voltada ao futebol. O país do futebol reporta o futebol de forma maquiavélica: seja por bem, seja por mal, fale-se do futebol. Por um lado, gols e mais gols e por outro, escândalos de corrupção da FIFA ou troca de técnicos que não deram lucro para o clube. Por incrível que pareça em 2014, Natal sediou um campeonato continental e mundial escolar de xadrez, e é de se perguntar: você sabia? Dentre um esporte que mais se mostra violência e corrupção e outro que promove a maturidade intelectual e responsabilidade de ações, qual a mídia prefere expor?
Diante dos resultados da Copa Brasil, o silêncio indiferente da mídia parece não considerar que a natação potiguar tem tido contínuos decréscimos quantitativos, muitas vezes por falta de incentivo. Não só no máster, mas esse silêncio indiferente também se vê diante dos campeonatos estaduais, norte-nordeste, brasileiros e competições internacionais, quando potiguares fazem até rifa para conseguir recursos e participar da competição, mas não são vistos pela mídia como a natação potiguar mereceria.
A equipe RN Máster foi composta por atletas de Natal e Mossoró. Dos 19 membros, 04 eram mulheres e 15 homens, 05 tinham mais de 50 anos, 09 universitários, 15 pais ou mães de família e 06 avôs/avós. Ao conquistar 02 recordes brasileiros e 65 medalhas, o número expressivo de medalhas de ouro numa etapa do brasileiro (16 no total) mostrou que a equipe tinha muito mais qualidades do que se imaginava. Além disso, a pontuação fez o RN subir a 3ª posição no pódio das grandes equipes. O troféu conquistado representou não só a dedicação de cada membro, como também a integração de todos num mesmo propósito. Pode-se dizer que o troféu foi composto por 1/19 avos do esforço e dedicação de cada atleta que se desdobrou em cada prova num mesmo interesse coletivo de melhor representar o RN diante do Brasil.
Atletas que após 42 anos se sagraram campeões brasileiros ao reencontrar amigos de outrora como o Paulo de Tarso (60 anos), outros que em seu primeiro brasileiro já chegaram batendo recordes como a Maria Clara (21 anos), outros que lá nas arquibancadas gritavam incentivando os colegas nas provas de revezamentos, outros ainda fazendo massagens para aliviar as tensões ou motivando os amigos para acreditarem no seu potencial... essa foi a equipe RN Máster.
Nem bem concluída a competição, aquele sorriso de felicidade expôs o quanto os potiguares se instigaram para novos desafios a nível nacional. Enquanto alguns já colecionavam mais de 20 medalhas individuais participando do brasileiro máster desde 2009 (como o próprio pseudoautor), outros tiveram sua primeira experiência a nível nacional, percebendo o quanto as competições da ABMN são levadas a sério, não importa a idade. A instigação imprimiu novos ânimos, de modo que alguns nadadores começaram a reprogramar seu treinamento ao observar o quanto poderiam ter sido melhores.
A comunidade aquática potiguar pode dizer agora que tem uma equipe de 12 campeões brasileiros (09 individuais e 01 revezamento), e isso graças à união de todos. Mesmo diante do descrédito dado pela mídia a partir dessas conquistas, espera-se que os nadadores encontrem motivação para se unirem cada vez mais em prol do interesse coletivo da equipe potiguar. Pois, isso será imprescindível diante dos próximos desafios, seja a nível regional, nacional ou internacional. Uma equipe unida que respeita as limitações e acredita no potencial de cada um, com certeza irá se firmando cada vez mais, demonstrando para o Brasil que os potiguares têm muitas braçadas a dar nas piscinas ou em águas abertas.
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