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História - o Brasil nas olimpíadas

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Período pós-I Guerra Mundial: o planeta ainda era dividido entre a Europa e seus conflitos… e o resto. O centro de praticamente tudo era o Velho Continente e isso incluía claro, o esporte. Os Jogos Olímpicos eram sediados praticamente só em solo europeu e americano até o fim do período das guerras. Pela primeira vez em 2016, eles chegam à América do Sul. Abaixo você confere um resumo histórico dos melhores momentos da natação brasileira nos Jogos Olímpicos. Confira:




Maria Lenk (1915-2007)
Maria Lenk, ícone da natação brasileira
Impossível falar da história olímpica sul-americana, em especial das piscinas, sem falar nela. E, por isso, ela é item 1. A primeira mulher do continente a participar de uma edição dos Jogos, em 1932, quando chegou às semifinais no 200m Peito. Na edição seguinte, em Berlim 1936, ela não brigou por medalhas, mas chamou a atenção com o que seria a inspiração para a criação do nado borboleta, uma nova forma de nadar o estilo de Peito. Também nos Jogos de 1932, ao lado de Maria Lenk, os brasileiros Isaac Morais, Manuel Vilar, Benevenuto Nunes e Manoel Silva, fizeram final no revezamento 4x200m Livre.

Embora tenha sido recordista mundial de 400m Peito, Maria Lenk nunca conquistou uma medalha olímpica. Em seu auge, foi prejudicada pelas guerras mundiais que impediram a realização dos jogos no período. Seu nome e história se confundem com a natação brasileira. Uma figura imprescindível e eternamente admirável.


Tetsuo Okamoto (1932-2007)
Antes do período olímpico, a natação se tornou esporte pouco antes da virada para o século XX: em 1898, o Clube de Natação do Rio de Janeiro realizou o primeiro Campeonato Brasileiro da modalidade, com a travessia de 1500m entre a Fortaleza de Villegaignon e a praia de Santa Luzia. Após a geração de 30, outro grande nadador do país foi Tetsuo Okamoto, que conquistou a primeira medalha olímpica do Brasil, um bronze no 1500m Livre em Helsinque 1952, na Finlândia.


Tetsuo Okamoto: primeiro nadador medalhista olímpico do Brasil no 1500m Livre

Manoel dos Santos
Na edição seguinte, em Roma 1960, Manuel dos Santos também levou um bronze, agora no 100m Livre. No ano seguinte, ele se tornou recordista mundial na mesma prova, com 53s6, marca que levou três anos para ser batida.


Manoel dos Santos (direita)
Primeiro bronze no 100m Livre

Revezamento 4x200m Livre
Foram 20 anos de “jejum''. Depois dos dois bronzes, o Brasil viu uma boa geração surgir na década de 70, com 18 medalhas pan-americanas apenas com a dupla Jorge Fernandes e Djan Madruga. A dupla renderia frutos olímpicos em Moscou 1980. Ao lado de Marcus Mattioli e Cyro Delgado, eles trouxeram a terceira medalha brasileira, outro bronze, no revezamento 4x200m livre.

Da esq. p/ dir.: Djan Madruga, Cyro Delgado, Marcus Mattioli e Jorge Fernades
Rev. 4x200m Livre do Brasil medalhista em Moscou 1980

Ricardo Prado
Na edição seguinte, Ricardo Prado marcou seu nome para a história da natação brasileira com a prata no 400m Medley em Los Angeles 1984. A prova em que foi recordista mundial com o tempo de 04’18.45’’. A título de comparação, o recorde de Ricardo Prado durou 30 anos para ser batido por Thiago Pereira, que tem sua melhor marca da carreira com o tempo de 04’08.86’’. Pradinho também conquistou sete medalhas em Pans, sendo duas delas de ouro.


Ricardo Prado beliscou o ouro no 400m Medley em Los Angeles 1984
conquistando a prata numa prova histórica

Gustavo Borges
Impulsionada por Ricardo Prado, a geração seguinte (e a mais premiada da natação brasileira até o ouro olímpico de Cesar Cielo) criou grandes orgulhos nacionais. Gustavo Borges veio e encantou com sua dedicação, técnica apurada em mais de 02 metros de estatura. O talento e a dedicação o fizeram conquistar 19 medalhas pan-americanas e quatro medalhas olímpicas.

Em Barcelona 1992, de uma decepção surgiu uma alegria imensa, tudo junto! Seu 100m Livre entrou para a história após um erro de cronômetro. Gustavo sabia que tinha batido à frente do fenômeno Matt Biondi, mas atrás de Alexander Popov. No entanto, o placar mostrou 5º lugar. O chão de Borges caiu, para logo elevá-lo. Na correção do resultado, a inédita medalha de prata na carreira e até hoje, considerada a mais importante.

Já em Atlanta 1996, Gustavo chegou a passar em 7º lugar nos 150m da final dos 200m Livre. Segundo depoimento do próprio atleta extasiado após seu feito inédito, fechou os olhos para os adversários e encaixou suas braçadas naqueles últimos 50m que lhe conferiram mais uma prata histórica.


4x100m Livre em Sidney 2000
com o bronze diante das grandes potências


Da mesma geração, amigo, parceiro de seleção brasileira e de revezamentos vitoriosos, Fernando Scherer formava com Gustavo Borges a dupla prodígio da natação nacional na década de 1990. Foram nove medalhas em Pans e dois bronzes em Olimpíadas para o “Xuxa”. Em Sydney 2000, o timaço brasileiro composto pelo quarteto Gustavo Borges, Fernando Scherer, Carlos Jaime e Edvaldo Valério fez história ao voltar a um pódio olímpico. A equipe de revezamento do Brasil levou o bronze com um final de prova avassalador, atrás da Austrália e dos EUA, as maiores potências da história do 4x100m Livre.

A geração de Thiago Pereira e Joanna Maranhão
Em Atenas 2004, uma nova geração começou a surgir: Thiago Pereira e Joanna Maranhão, jovens integrantes da seleção brasileira que chegaram às finais em sua estreia olímpica. O tempo da pernambucana no 400m Medley 04’40.00’’ durou como recorde brasileiro por 11 anos, até 2015. Foi quebrado pela própria nos Jogos Pan-Americanos de Toronto com 04’38.07’’. O revezamento 4x200m Livre Feminino formado por Joanna, Paula Baracho, Mariana Brochado e Monique Ferreira terminou na 7ª colocação nos Jogos de Atenas 2004 – última vez em que uma equipe feminina de revezamento do Brasil participou de uma final olímpica. Joanna é a única remanescente que tem agora a oportunidade de se tornar a única nadadora brasileira com maior participação olímpica.




Thiago e Ricardo
Medalhistas olímpicos
prata no 400m Medley
Já Thiago Pereira tornou-se o “mister-pan” ao conquistar 23 medalhas em Jogos Pan-Americanos. Por outro lado, o Brasil viu Thiago em 02 edições seguidas de olimpíadas ficar atrás de Michael Phelps, Ryan Lochte e Laszlo Czech. As provas de 200m e 400m Medley em 2004 e 2008, tiveram sempre o mesmo campeão (Michael Phelps) e trocas de posições entre Ryan Lochte e Laszlo Czech. Somente em Londres 2012, Thiago Pereira conseguiu enfim se igualar à medalha de prata de Ricardo Prado na mesma prova e chegar a passar os 150m dos 200m Medley na 2ª colocação (terminou em 4º lugar).






César Cielo
Em 2008, despontava para o mundo um novo fenômeno de provas curtas e a maior glória da natação brasileira em Jogos Olímpicos. Na piscina de Pequim, após um bronze inesperado por ele mesmo e pelos adversários no 100m Livre, César Cielo cravou seu nome na história aquática nacional: os tapas no peito, a prova perfeita, o ouro… e o choro no pódio.

Orgulho nacional, César Cielo: único ouro da natação brasileira
A carreira do paulista de Santa Bárbara d'Oeste continuou em alta com os ouros e recordes mundiais em Roma 2009 (Mundial de Longa), nos 50m e 100m livre. Em Londres 2012, a decepção do bronze na prova mais rápida da natação. Já para o Rio 2016, todas as expectativas para os donos da casa em uma volta por cima.



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