Período pós-I Guerra Mundial: o planeta ainda era dividido entre a Europa e seus conflitos… e o resto. O centro de praticamente tudo era o Velho Continente e isso incluía claro, o esporte. Os Jogos Olímpicos eram sediados praticamente só em solo europeu e americano até o fim do período das guerras. Pela primeira vez em 2016, eles chegam à América do Sul. Abaixo você confere um resumo histórico dos melhores momentos da natação brasileira nos Jogos Olímpicos. Confira:
Maria Lenk (1915-2007)
Maria Lenk, ícone da natação brasileira |
Embora tenha sido recordista mundial de 400m Peito, Maria Lenk nunca conquistou uma medalha olímpica. Em seu auge, foi prejudicada pelas guerras mundiais que impediram a realização dos jogos no período. Seu nome e história se confundem com a natação brasileira. Uma figura imprescindível e eternamente admirável.
Tetsuo Okamoto (1932-2007)
Antes do período olímpico, a natação se tornou esporte pouco antes da virada para o século XX: em 1898, o Clube de Natação do Rio de Janeiro realizou o primeiro Campeonato Brasileiro da modalidade, com a travessia de 1500m entre a Fortaleza de Villegaignon e a praia de Santa Luzia. Após a geração de 30, outro grande nadador do país foi Tetsuo Okamoto, que conquistou a primeira medalha olímpica do Brasil, um bronze no 1500m Livre em Helsinque 1952, na Finlândia.
Tetsuo Okamoto: primeiro nadador medalhista olímpico do Brasil no 1500m Livre |
Manoel dos Santos
Na edição seguinte, em Roma 1960, Manuel dos Santos também levou um bronze, agora no 100m Livre. No ano seguinte, ele se tornou recordista mundial na mesma prova, com 53s6, marca que levou três anos para ser batida.
Manoel dos Santos (direita) Primeiro bronze no 100m Livre |
Revezamento 4x200m Livre
Foram 20 anos de “jejum''. Depois dos dois bronzes, o Brasil viu uma boa geração surgir na década de 70, com 18 medalhas pan-americanas apenas com a dupla Jorge Fernandes e Djan Madruga. A dupla renderia frutos olímpicos em Moscou 1980. Ao lado de Marcus Mattioli e Cyro Delgado, eles trouxeram a terceira medalha brasileira, outro bronze, no revezamento 4x200m livre.
Da esq. p/ dir.: Djan Madruga, Cyro Delgado, Marcus Mattioli e Jorge Fernades Rev. 4x200m Livre do Brasil medalhista em Moscou 1980 |
Ricardo Prado
Na edição seguinte, Ricardo Prado marcou seu nome para a história da natação brasileira com a prata no 400m Medley em Los Angeles 1984. A prova em que foi recordista mundial com o tempo de 04’18.45’’. A título de comparação, o recorde de Ricardo Prado durou 30 anos para ser batido por Thiago Pereira, que tem sua melhor marca da carreira com o tempo de 04’08.86’’. Pradinho também conquistou sete medalhas em Pans, sendo duas delas de ouro.
Ricardo Prado beliscou o ouro no 400m Medley em Los Angeles 1984 conquistando a prata numa prova histórica |
Gustavo Borges
Impulsionada por Ricardo Prado, a geração seguinte (e a mais premiada da natação brasileira até o ouro olímpico de Cesar Cielo) criou grandes orgulhos nacionais. Gustavo Borges veio e encantou com sua dedicação, técnica apurada em mais de 02 metros de estatura. O talento e a dedicação o fizeram conquistar 19 medalhas pan-americanas e quatro medalhas olímpicas.
Em Barcelona 1992, de uma decepção surgiu uma alegria imensa, tudo junto! Seu 100m Livre entrou para a história após um erro de cronômetro. Gustavo sabia que tinha batido à frente do fenômeno Matt Biondi, mas atrás de Alexander Popov. No entanto, o placar mostrou 5º lugar. O chão de Borges caiu, para logo elevá-lo. Na correção do resultado, a inédita medalha de prata na carreira e até hoje, considerada a mais importante.
Já em Atlanta 1996, Gustavo chegou a passar em 7º lugar nos 150m da final dos 200m Livre. Segundo depoimento do próprio atleta extasiado após seu feito inédito, fechou os olhos para os adversários e encaixou suas braçadas naqueles últimos 50m que lhe conferiram mais uma prata histórica.
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