A força, em suas diversas manifestações, entre outros fatores, determina os resultados dos nadadores nas distâncias de 50m, 100m e 200m. Com isso, o treinamento de força é essencial para a preparação dos nadadores de competição. Na medida em que a distância da prova aumenta, a influência das forças máxima e explosiva diminui, e cresce o papel da resistência de força.
Os nadadores especializados nas distâncias curtas (50m, 100m) dedicam atenção, em primeiro lugar, ao desenvolvimento da força máxima e da força de explosão (Platonov, 2005), onde uma melhora da força vem sempre acompanhada de um aumento da velocidade de movimento segundo Buehrle (Schmidtbleicher, 1981). Os mesmo autores salientam que através do aumento da secção transversal do músculo, mais ligações de pontes cruzadas por unidade de tempo se colocam à disposição para um deslizamento da actina e da miosina, aumentando assim, a velocidade de movimento.
Com o aumento da secção transversal das fibras musculares e a ativação sincronizada das unidades motoras, ocorre, uma redução da carga por unidade de tempo, com isto, uma contração mais rápida (Paerisch, 1974). Werchoshanskij (1978) explica que o aumento da carga empregada implica em um aumento da transferência da força máxima para a força rápida.
Enquanto uma flexão do cotovelo com peso depende de 13% da capacidade da força máxima, a velocidade desta flexão depende de 39% da capacidade de força máxima, portanto, se a flexão passar a depender de 51% da força máxima, então, a velocidade desta flexão dependerá de 71% da força máxima. Esta afirmação explica a interdependência das forças máxima e rápida (explosiva), sendo que o aumento da primeira leva ao consequente aumento da segunda.
A importância de se otimizar a velocidade de reação e o impulso horizontal durante a execução de uma saída na natação já vem sendo discutida na literatura (Payne; Blader, 1971; Hay; Guimarães, 1983; Cronin; Hansen, 2005 citado por Bocalini, 2007). Estes trabalhos apontam para o fato de que a técnica de saída ideal seria aquela na qual o nadador deixa o bloco de partida no menor tempo possível, e ainda produz um impulso horizontal máximo.
Estudos como o de MILER et al. (1984) e LEWIS (1980) salientam que a saída é fundamental para um bom desempenho em competições, além de integrar duas vantagens: 1) Fator psicológico de estar à frente na prova; 2) O fato de estar nadando em águas mais calmas, o que aumenta a eficácia da braçada.
Segundo Counsilman, o destacado velocista J. Montgomery conseguiu superar o recorde mundial de M. Spitz nos 100m livre (51.2’’) e alcançar os 49,99’’, devido, em grande parte, ao programa de preparação de força, orientado para aperfeiçoamento das capacidades físicas velocidade-força nos músculos responsáveis pela extensão dos braços e da força do impulso no momento das saídas e viradas.
Como resultado desse trabalho, ele conseguiu aumentar a altura do salto do lugar em 07 centímetros. Para Maglicho (1999), na natação o fortalecimento dos membros inferiores é de grande importância, principalmente para nadadores velocistas, uma vez que é fator determinante para uma boa impulsão inicial após a largada.
Para a satisfação de todas as necessidades que devem ser adquiridas, conforme mencionado acima, devemos ter um bom planejamento, com a aplicação de várias metodologias de treinamento de força.
Todos os métodos de treino de força são diferentes e produzem efeitos significativamente distintos no rendimento neuromuscular (Stiff; Verkoshansky, 2000). Para que isso aconteça efetivamente, devemos crer na metodologia aplicada, onde podem existir algumas vertentes. A seguir, iremos destacar duas formas de se treinar força que devem ser aplicadas de forma combinada:
- A primeira é que não necessariamente devemos treinar gestos motores específicos do desporto, mas sim grupos musculares que atuam no nado, junto com a capacidade física envolvida (Força, Potência, Resistência de força);
- A segunda é aplicar somente gestos motores específicos à modalidade, junto com as capacidades físicas.
Os métodos de alta intensidade (altas cargas) provocam um aumento notável da força máxima, através de uma maior ativação das unidades motoras, com um aumento reduzido da massa muscular (Manno, 1999), porém, segundo Mirella (2001), a força muscular mantém-se durante mais tempo, quando o seu crescimento é acompanhado por um aumento de massa muscular.
Sendo assim, todas as metodologias de treinamento (para força máxima, hipertrofia, resistência muscular etc.) podem existir no planejamento dos atletas, respeitando principalmente, a individualidade biológica e o tempo certo para execução e adaptação de cada uma delas.
Fonte: Rodrigo Gianoni
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