A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos – CBDA elegeu hoje, 09 de junho de 2017, seu novo presidente, o candidato Miguel Carlos Cagnoni. O mandato é previsto de 04 anos iniciando com sua posse nesta segunda-feira, 12 de junho, na sede da CBDA, no Rio de Janeiro, até 2020. No pleito disputaram 03 chapas, sendo a chapa de Miguel “Inovação e Transparência” a vencedora com 64 votos. Esta foi a primeira eleição para presidência da CBDA em que um representante dos atletas teve direito a voto com igual peso aos demais votantes. Segundo as promessas de campanha, as propostas de Miguel pretendem melhorar a base da prática da natação e o alto rendimento.
Foto: CBDA |
Numa eleição histórica, entre os aptos a votar estavam o presidente do Conselho Nacional de Atletas – o nadador Leonardo de Deus – e 70 clubes de todo o país (clubes afiliados e dentro da legalidade da CBDA). Foi a primeira vez que um representante dos atletas teve direito a voto com o mesmo peso das 27 federações, tendo em vista que antes, seu voto representava uma fração.
“É um enorme prazer fazer parte da história. É a primeira vez que um atleta está aqui fazendo, isso. Estou honrado por representar atletas dos esportes aquáticos, vejo um futuro melhor. Buscamos legalidade, transparência e nossa participação com o presidente que for assumir. Estamos fazendo um ato de união por um futuro melhor. Independentemente de quem for eleito, que seja para o bem, e que não nos prejudique”, disse o nadador olímpico e campeão Pan-americano, Leonardo de Deus.
Além da chapa de Miguel, o pleito teve mais dois candidatos: Cyro Delgado, medalhista olímpico nos Jogos de Moscou 1980 (chapa Cara Nova) e Jefferson Borges, presidente da Federação Aquática do MS (chapa Novos Rumos). Cyro obteve 26 votos e Jefferson, 03. Ao todo foram 96 votos, tendo ainda 02 em branco e 01 anulado. O colégio eleitoral era de 106 votantes, mas 10 se ausentaram, sendo 09 clubes e a Federação Piauiense de Desportos Aquáticos. No cômputo geral, Miguel Cagnoni venceu com 64 votos. A eleição foi realizada nesta sexta-feira, 09 de junho, na sede do IBEF (Instituto Brasileiro de Executivos em Finanças).
Foto: CBDA |
Crise com a FINA
Em nota, a Federação Internacional de Natação – FINA havia enviado uma carta comunicando que rejeitaria a eleição realizada para a nova presidência da CBDA. O curioso foi que a FINA só se pronunciou às vésperas da eleição, após mais de 02 meses a CBDA estar sob intervenção jurídica, devido a eleição para a presidência do Conselho de Atletas não ter seguido a Lei Pelé (Lei 9.615/98), dentre outras complicações de ex-dirigentes presos pela polícia federal.
Segundo a Carta da FINA, a eleição realizada nesta sexta-feira feria o Estatuto da CBDA e as regras da FINA. De fato, duas regras da FINA estão sendo infringidas pela crise da CBDA:
· Bylaw 14 - Trata da autonomia das Federações Nacionais
· Constituição 8.2.6 - Determina que o processo nas entidades deve ser feito sem a interferência externa.
A FINA também não se manifestou sobre a prisão de dirigentes da CBDA, sendo dois deles: Coaracy Nunes é integrante do Bureau da FINA e Ricardo de Moura faz parte do Comitê Técnico de Natação. Ambos são passíveis de expulsão da entidade pelo Código de Ética da FINA. O coordenador geral de esportes da CBDA, Ricardo Prado, amenizou a crise que tentou tumultuar a eleição, dizendo que se trata de um problema a ser assumido pela nova presidência.
Sobre essa crise agora com a FINA, afirmou Miguel Cagnoni:
“É algo que envolve todas as autoridades esportivas do país. Vamos apresentar uma justificativa, e acredito que se trata de um mal-entendido, que será explicado com toda a calma e segurança para a FINA”.
Foto: CBDA |
O novo presidente
Miguel Cagnoni, 72 anos, tem sua vida ligada aos esportes aquáticos. Desde a adolescência, ele praticou polo aquático e também natação. Formado em direito, ele chegou a ser dirigente do Pinheiros em uma das piores épocas para os esportes aquáticos no clube paulista. Ele também comandou a Federação Aquática Paulista.
Entre as principais bandeiras do novo presidente da CBDA estão: permitir que os atletas consigam se focar apenas na prática do esporte, dando a oportunidade de se ter um planejamento a longo prazo; ter mais ações sociais em conjunto com o governo e integrar mais os esportes aquáticos com as escolas; a criação de superintendências regionais para melhor atender as regiões do Brasil e dar capacitação técnica para treinadores e profissionais do esporte.
Em nota, a CBDA parabenizou a eleição tida com uma das mais “elegantes e respeitosas” entre os 03 candidatos:
“Parabéns à toda comunidade aquática. Os funcionários da CBDA parabenizam os envolvidos e desejam boa sorte neste novo quatriênio”
Fonte:
Franklin F. Rodrigues Editor, escritor e administrador do blog. Atleta amador de natação competitiva, com vasta experiência em treinamento pessoal aplicado com resultados otimizados, formação em curso de natação competitiva internacional e arbitragem oficial de natação. Como espectador, participou de um de seus maiores sonhos na natação – Jogos Olímpicos Rio 2016, e apoia as futuras gerações de nadadores do Brasil. | |
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